Como você já deve saber, o surgimento de fissuras está entre os inúmeros problemas que podem ocorrer em um edifício. Uma de suas prováveis causas é a inexistência ou o mau dimensionamento das juntas de movimentação em relação a fatores como quantidade, geometria e o tipo de selagem utilizado, gerando o desplacamento das cerâmicas e infiltrações nas fachadas.
Pensando nisso, desenvolvemos o conteúdo a seguir para apresentar mais informações sobre o que são juntas de movimentação e qual a importância desses componentes na prevenção de patologias em fachadas. Acompanhe!
Quais são os principais tipos de fachadas?
Na arquitetura, as fachadas correspondem às faces externas de uma edificação. Geralmente, a parte frontal do empreendimento é tida como a principal, enquanto as demais são conhecidas como posteriores e laterais, representando diferentes posicionamentos do edifício.
Como é possível perceber, a fachada é a primeira impressão que temos de algum empreendimento, seja ele comercial ou residencial. Portanto, trata-se do elemento que instiga a curiosidade sobre seu interior, fornecendo noções da qualidade do trabalho e da construção.
Porém, ela não tem apenas uma função estética. Seu principal é fazer a impermeabilização da alvenaria e a proteção da estrutura, de modo que a umidade não passe para dentro da edificação. Além disso, há a responsabilidade de garantir o conforto térmico.
Existem diversos tipos de revestimentos que podem ser utilizados, sendo que cada um proporciona níveis de conforto térmico diferentes. Dependendo da escolha, é possível até gerar economia de energia para a edificação.
Por isso, separamos alguns tipos de fachadas executadas na área da construção civil. Confira!
Fachada com pintura texturizada
As fachadas com textura podem ser uma ótima opção para conseguir ganhos de produtividade na obra e, ao mesmo tempo, ter baixas necessidades de manutenções. Esse produto é aplicado diretamente na argamassa, sem a necessidade de preparar as superfícies, o que encurta o processo.
Assim, é possível criar desenhos variados e alterar as cores com certa facilidade, carecendo apenas da aplicação de uma camada de tinta nova enquanto a textura mantém seu aspecto original. No entanto, caso haja a necessidade de substituição do revestimento, é preciso raspar e lixar a superfície, aplicando um novo ciclo do produto.
Fachada aderida
As fachadas aderidas são aquelas que trazem revestimentos com algum tipo de cerâmica, pedra ou porcelanato. Esses itens são colados com argamassa adesiva e, portanto, apresentam uma aderência adequada.
Tal conjunto requer três sistemas de juntas de movimentação: as horizontais, as verticais e as de dessolidarização. A norma NBR 13.755 regulamenta a execução desse tipo de face, destacando o procedimento adequado de revestimento para paredes externas e fachadas com placas cerâmicas usando argamassa colante.
Fachada ventilada
A fachada ventilada é composta por um sistema que fixa o revestimento externo sem que ele seja dependente das paredes, ou seja, há uma distância devidamente calculada entre esses componentes. A separação de tais itens proporciona uma livre circulação de ar.
Esse tipo de revestimento aumenta o conforto térmico e gera economia de energia elétrica. Além disso, promove melhorias significativas em relação ao isolamento da umidade, não permitindo que seja transferida para as paredes e protegendo-as de agentes naturais.
Fachada pele de vidro
Por fim, as fachadas pele de vidro são tendência na arquitetura mundial. Por serem totalmente envidraçadas, escondem os perfis de alumínio, criando requinte, beleza e durabilidade. Sobretudo, trata-se de um sistema industrializado com a proposta de montagem rápida, diminuindo o desperdício de materiais e o tempo de mão de obra, resultando em obras mais lucrativas e prazos mais curtos de construção. Além disso, proporcionam melhor segurança, desempenho térmico e eficiência do ar-condicionado.
Qual é o grande vilão das fachadas prediais?
Muitos acreditam que o grande vilão das fachadas seja a água, porém o sol é o grande responsável pela maior parte das patologias. Pois, ele ocasiona o carregamento térmico, ou seja, a incidência de calor provoca a expansão da estrutura, resultando em trincas, fissuras ou desplacamentos.
Outro ponto importante é a variação do clima. Em um dia de sol muito quente, por exemplo, a fachada estará entre 40°C e 60°C, dependendo da cor da face da edificação. Caso comece a chover repentinamente, essa temperatura vai cair drasticamente, o que exige que o revestimento tenha as propriedades necessárias para aguentar a oscilação.
Também é importante destacar a questão do choque térmico (principalmente no verão). Sendo assim, conforme já mesionado, geralmente observamos temperaturas entre 40°C e 60°C na parte externa da edificação, enquanto que a interna está com 20°C em função do ar-condicionado.
Esses fatores causam a expansão e a contração da edificação diariamente e durante todo o seu período de vida útil. Por isso, todos os elementos da fachada precisam ser projetados para suportar tais movimentações.
Como ter eficiência nas funções de uma fachada?
Atualmente, estima-se que 40% a 46% das patologias encontradas nas fachadas ocorrem em função de não haver um projeto detalhado para essa etapa da obra.
Por isso, o primeiro passo para aumentar a eficiência das funções de uma fachada é ter um projeto com o dimensionamento adequado, além do local das juntas de dilatação e das especificações corretas dos produtos quanto aos tipos de revestimentos, selantes e formas de execução. O ideal é haver uma planta detalhada dos materiais e de seus componentes, conforme indica a NBR 13.531.
Posteriormente, é imprescindível elaborar um bom planejamento e executar o projeto seguindo as diretrizes especificadas. Esses parâmetros dizem respeito a fatores como:
- sequência de construção (exemplo: 1° alvenaria, 2° chapisco, 3° emboço, 4° argamassa adesiva, 5° revestimento cerâmico, 6° vedação da junta — e assim por diante);
- o profissional que vai realizar a ação;
- em qual momento da obra cada etapa será iniciada e concluída.
O terceiro ponto é a execução. De nada adianta ter um bom projeto e um planejamento adequado se a execução for mal conduzida. Por isso, é muito importante atentar à mão de obra responsável pela execução, tendo à disposição profissionais qualificados para cada tipo de serviço técnico.
Por fim, deve-se elaborar um plano de manutenção preventiva com todas as informações relevantes, verificadas conforme a Norma de Desempenho 15.575. A normativa estabelece uma garantia de 40 anos para elementos de fachadas e coberturas.
Nessas situações, a construtora é corresponsável junto ao condomínio, sendo que o executante deve fornecer todos os subsídios para que as manutenções preventivas ocorram corretamente.
Qual é a importância das juntas de movimentação em fachadas?
A junta de movimentação corresponde à separação entre duas partes de determinada estrutura, sendo responsável por permitir que cada uma delas se movimente livremente, uma vez que as edificações não são estáticas. Esse deslocamento geralmente é causado por agitações estruturais, variações térmicas e expansão hidráulica em virtude de cargas dinâmicas, vento, trânsito, entre outros.
Assim, a junta de movimentação é responsável por aliviar as tensões geradas pelos esforços naturais do meio ambiente e direcionar as trincas. Paredes e pisos de grandes dimensões tendem a trincar devido à movimentação da edificação, uma vez que o concreto não acompanha esse deslocamento.
Ao fazer uma junta de movimentação, a trinca é direcionada para aquele local, uma vez que ali será uma região de menor espessura do concreto e, consequentemente, uma zona de maior fraqueza.
Para que tais itens cumpram adequadamente suas funções, é necessário que a selagem das juntas se mantenha íntegra ao longo de sua vida útil, absorvendo as deformações e vedando a passagem de água, sólidos ou ar para dentro da estrutura. Além disso, é preciso proteger a edificação, garantindo conforto e salubridade aos ambientes internos.
Como são feitas as juntas de movimentação?
Como já apresentado, existem três tipos de juntas de movimentação que são a horizontal, a vertical e a de dessolidarização. Lembrando que esses componentes seguem as especificações da norma NBR 13.755, que expõe os procedimentos adequados para a aplicação dos revestimentos utilizando argamassa colante.
A junta de movimentação horizontal serve para acomodar as movimentações geradas pelo carregamento da própria edificação. Ela deve ser feita no emboço, entre a estrutura e a alvenaria, ou seja, no encunhamento. Como ela é aberta até a alvenaria, requerem impermeabilização com uma manta líquida, além da aplicação do selante posteriormente.
Já a junta de movimentação vertical tem o objetivo de aliviar as tensões que o revestimento irá sofrer. Neste caso, não há necessidade de fazer o corte na alvenaria. A junta pode der feita no espaçamento entre os revestimentos.
Por fim, as juntas de dessolidarização se localizam na extremidades das faces, na parte interna e externa da edificação. Ela tem a função de acomodar as movimentações nos cantos, impedindo o contato entre as peças cerâmicas e consequentemente a ocorrência de desplacamento dos revestimentos.
Mesmo que elas tenham objetivos e formatos diferentes, é possível estabelecer o seguinte roteiro de vedação e acabamento das juntas de movimentação de fachadas:
- limpar a superfície da junta a ser preenchida, retirando poeira, óleo e outras partículas soltas;
- em caso de juntas horizontais, impermeabilizar a junta.
- colar a fita crepe nas bordas da junta, para um melhor acabamento;
- inserir o delimitador de profundidade de poliestireno, expandido no fundo da abertura;
- aplicar o selante em uma passada contínua;
- realizar o acabamento com o auxílio de uma espátula e um detergente neutro;
- remover imediatamente a fita crepe, com o selante ainda mole.
Para facilitar o entendimento, fizemos um vídeo mostrando o passo a passo de como vedar cada uma das juntas. Clique aqui e assista.
Como garantir a eficiência das juntas de movimentação em fachadas?
Sobretudo, é importante ter alguns cuidados ao realizar a junta de movimentação. Um fator essencial é o atendimento das normas e do projeto de execução, observando a profundidade e a espessura do componente especificadas nesses documentos.
Além disso, é necessário impermeabilizar a junta de maneira adequada, determinando o tipo de manta a ser utilizada e executando-a conforme o projeto. Da mesma forma, é necessário que o selante aplicado se mantenha íntegro, com ótima aderência ao substrato e uma boa capacidade de absorção de deformações ao longo de sua vida útil.
Alguns cuidados devem ser observados, como:
- o fator forma, ou seja, o tamanho do vão de abertura da junta. Nesse caso, recomenda-se o uso da Tarucel para fazer a limitação de profundidade;
- o local da junta, por exemplo, a junta horizontal sempre deve estar entre a viga e a alvenaria (ou seja: no encunhamento);
- a limpeza adequada da superfície para a aplicação, garantindo a total aderência do selante ao substrato;
- o tipo de selante que será utilizado de acordo com sua função.
Por fim, também é recomendada a capacitação da mão de obra de acordo com o tipo de execução solicitado em projeto, pois cada projeto traz exigências variadas, que precisam ser seguidas para uma boa durabilidade dos revestimentos.
A Hard conta com uma linha de produtos certificados que garante a completa eficiência e o atendimento aos requisitos da norma de desempenho. O selante MS 425 Fachada foi desenvolvido especialmente para a vedação das juntas de fachada, enquanto a manta Flexpren é útil no tratamento de fundo das juntas.
As juntas de movimentação são essenciais nas fachadas das edificações, pois mitigam a ocorrência de trincas ou desplacamentos e protegem a parte interna da entrada de umidade. É fundamental que as construtoras usem itens de qualidade na execução desses elementos — e a Hard conta com uma linha de produtos certificados para todas as situações de campo.
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