Os selantes para pré-moldados , de uma maneira geral, são utilizados para selar juntas de movimentação ou na união de certos elementos construtivos de uma edificação. O objetivo é garantir que os elementos possam se movimentar adequadamente, sem perder seu comportamento mecânico, além de assegurar a estanqueidade.

Quando o sistema de estruturas pré-moldadas ou pré-fabricadas é usado, os selantes são fundamentais, principalmente porque as estruturas são encaixadas. Nesses casos, é preciso que apresentem uma folga para movimentações em cada um dos encaixes, para que assim a estrutura de concreto não seja danificada.

Quer saber mais sobre selantes para pré-moldados? Continue a leitura!

O que é um selante para estruturas pré-moldadas?

Os selantes fazem a vedação das juntas entre as peças que constituem uma edificação. Por isso, devem ter características que permitam suportar as movimentações de dilatação e compressão de componentes, como vigas, pilares e placas de fechamento.

Além disso, eles também são responsáveis por selar as juntas de movimentação em piso, que têm a função de absorver deformações causadas pela retração, expansão, variação térmica, vibrações, hidratação do cimento. Estas juntas são caracterizadas por terem aberturas existente no piso de concreto que são preenchidas com selantes.

Vale ressaltar que os selantes representam importante papel na vedação da estrutura, garantindo que ela não apresente risco de infiltrações e, consequentemente, manifestações patológicas.

Eles atuam como eficiente barreira para a passagem de luz, calor, água e poeira. Além disso, devem permitir e absorver dilatações, movimentações da estrutura, vibrações e deformações ocasionadas pela variação de umidade, temperatura e outros esforços a que a estrutura for sujeitada.

Quais são os tipos de selantes?

Os selantes para pré-moldados são compostos por pré-polímeros, cargas, aditivos e diluentes. O que diferencia os tipos de selantes existentes no mercado é a proporção de cada um destes compostos.

Basicamente, há quatro tipos:

  • poliuretanos (PU) com solventes — produtos a base de poliuretano. Não pode ser aplicado em superfícies úmidas. Além disso, pode apresentar bolhas após a cura, devido a presença de solvente em sua formulação.
  • poliuretanos (PU) sem solventes — produtos a base de poliuretano silanizado. Apresenta boa resistência a intempéries.
  • selantes híbridos — produtos a base de SMP, isentos de solvente e isocianato. Tem ótima resistência a intempéries.
  • selantes MS Polymer® — produtos a base de MS Polymer. Tem alto poder de adesão e durabilidade, além de excelente performance e resistência a intempéries.

Cada tipo de selante é indicado para uma situação específica, por isso é importante conhecer bem as características de cada tecnologia.

Qual a diferença entre produtos bons e ruins?

Os produtos nobres passam por rigorosos controles de qualidade, como ensaios de adesão em diversos substratos, dureza (Shore A), resistência a UV, endurecimento superficial, cura em 24 horas, etc. Para escolher um selante que seja bom, o ideal é analisar qual o material e tipo de aplicação é necessário e escolher aquele mais indicado para tal. Porém, não é toda aplicação que necessita de um produto nobre, tem que ser avaliado as condições onde o produto será utilizado.

Por apresentarem diferentes características, nem todos os selantes são apropriados para todas as aplicações. Aplicar um selante apropriado para áreas internas em uma fachada externa, por exemplo, faz com que essa área não tenha resistência às variações climáticas nem a raios UV.

Por outro lado, quando um produto para área externa, com todas as resistências necessárias, é utilizado em uma área interna, tem-se um custo mais elevado desnecessariamente.

Para evitar esse tipo de falhas, é necessário saber em qual ambiente o selantes para pré-moldados será aplicado, em qual substrato, a que temperaturas estará exposto e o grau de movimentação que deve atender. Somente a partir dessas informações será possível escolher o selante apropriado para a situação e usufruir das vantagens necessárias.

Usar um material adequado às exigências dos meios e dos projetos de suas obras reduz desperdícios de recursos, otimiza o desempenho da estrutura e respeita o limite orçamentário do planejamento.

Quais critérios devem ser avaliados?

Escolher o selante adequado não é uma tarefa simples. Por isso, listamos abaixo os cinco parâmetros com maior relevância na hora de avaliar um selante.

Formulação

A formulação de todos os selantes para pré-moldados é composta basicamente por:

  • Pré-polímero
  • Cargas
  • Aditivos
  • Diluentes

O que varia entre as tecnologias é o percentual de cada elemento que compõe o selante. Quanto mais pré-polímeros e menos diluentes em sua composição, mais nobre ele é, além de apresentar mais durabilidade e qualidade.

Entretanto, nem sempre é necessário empregar os selantes para pré-moldados mais nobres, uma vez que alguns com menor quantidade de pré-polímeros são suficientes (desde que aplicados em locais apropriados).

Ao aplicar um selante para uma fachada de pré-moldado, por exemplo, é essencial que esse tenha propriedades que atendam exigências contra intemperismo, chuva ácida, raios UV, salinidade.

Por outro lado, quando o selante é aplicado em juntas internas, essas características não são necessárias, podendo então ser utilizado um produto sem as propriedades que conferem as resistências citadas para a aplicação exterior.

Adesão e Coesão

Para cumprirem adequadamente a finalidade de barreira contra intempéries, os selantes devem apresentar boa adesão ao substrato e coesão interna apropriada. Qualquer problema neste parâmetro irá causar infiltração na estrutura.

A adesão é a capacidade de aderência do selante ao substrato, ou seja, o quanto ele cola na superfície em que foi aplicado. Já quando se fala em coesão, é a capacidade dele se manter íntegro, sem que ocorra a ruptura interna. Ou seja, o quão difícil é de rasgar o selante após de curado.

Se utilizado um selante ruim, a falha de adesão e/ou coesão é o primeiro sinal de problema que aparece na obra, ou seja, ele é perceptível em um curto período de tempo. E com isso vem a necessidade de voltar na obra para fazer o reparo e manutenção.

Por isso, a escolha do selante ideal deve levar em conta o substrato em que será realizada a aplicação, neste caso, o concreto. Para isso, recomenda-se consultar o boletim técnico do fornecedor para confirmar se o selante escolhido é o que proporcionará melhor aderência. Outra dica é que seja feito o teste de compatibilidade antes de efetuar a aplicação, garantindo assim que o selante tenha total aderência ao substrato.

Além disso, para garantir uma boa adesão, a superfície deverá estar limpa, livre de poeiras, óleos, graxas e desmoldantes — no caso de pré-moldados, para que o selante tenha contato direto com o concreto.

Módulo de elasticidade

Falamos anteriormente que os selantes para pré-moldados fazem a vedação das juntas de dilatação (ou movimentação) de uma edificação. Então para entendermos o conceito de módulo de elasticidade, antes é necessário compreendermos o conceito de dilatação.

A dilatação é o nome que se dá ao aumento do volume de um corpo devido ao aumento da temperatura. Já a diminuição de temperatura resulta na contração do volume deste corpo. Sendo que materiais diferentes possuem coeficientes de dilatação diferentes. O coeficiente de dilatação (?) é o que determina o quanto o material irá dilatar ou contrair. Por exemplo, o concreto possui um coeficiente de dilatação muito menor que o alumínio (6,8 e 25 respectivamente). O que isso significa? Que o concreto irá dilatar menos do que o alumínio quando exposto a uma mesma temperatura. Agora imagine quando você tem uma janela de alumínio instalado em uma parede de alvenaria (que tem concreto), a diferença de dilatação é muito grande, o alumínio se movimenta praticamente 5x mais que o concreto. Por isso, deve-se utilizar um selante que seja compatível com essa diferença de dilatação.

Desta forma, é importante estar atendo e escolher o selante que se adeque aos dois substratos e por isso é necessário observar o Módulo de Elasticidade do selante. Elasticidade é o comportamento dos materiais quando deformam ao serem submetidos a forças externas e retornam à sua forma original quando a força externa é removida. Imagine um elástico, quando você puxa as extremidades ele estica, quando você para de puxar, ele volta a sua forma inicial. Porém, há diferentes níveis de elasticidade e a estes “níveis” chamamos de módulo de elasticidade. Sendo que quanto maior este módulo, maior é a força necessária para deformar o material, bem como maior é a velocidade com que o material retorna ao seu tamanho original. Para os selantes, eles são classificados como:

  • Baixo (M100% ? 0,5)
  • Médio (0,5 < M100% < 0,5)
  • Alto (M100% ? 0,5)

Sendo assim, os selantes de alto módulo devem ser utilizados quando ambos os substratos tem alto coeficiente de dilatação. Os selantes de baixo módulo devem ser usado quando ambos os substratos possuem baixo coeficiente de dilatação. Já o selante que apresenta médio módulo de elasticidade deve ser utilizado quando um substrato possui alto coeficiente de dilatação e o outro baixo coeficiente.

Desta forma, quando você for comprar um selante para pré-moldado, deve escolher um selante de baixo módulo de elasticidade, como o selante SMP 325 Pré-Moldado. Pois, conforme vimos anteriormente, o concreto possui um baixo coeficiente de dilatação.

Capacidade de movimentação

Conforme vimos anteriormente, para suportar movimentação, deformações, dilatações, vibrações e esforços, os selantes devem ter certa taxa de movimentação após curados.

Esta taxa é expressa em percentual e é medida a partir do quanto o selante se movimenta na largura da junta. A norma que parametriza este item é a ASTM C920, uma norma internacional que mede a capacidade de movimentação variando entre: ±12,5%; ±25%; ±35%; ±50%; +100% -50%. Sendo que selantes acima de ±35% são denominados de alta performance.

Existe também uma norma brasileira que especifica a capacidade de movimentação — NBR ISO 11600 — porém ela não é tão abrangente, pois seu conceito possui apenas as variações ±7,5%; ±12,5%; ±25% – LM/HM.

Por isso, fique atento e verifique qual norma o seu fornecedor de selantes está adotando. O limite de classificação da norma ISSO 11600 é ±25%, por isso ela agrupa todos os selantes que estão acima disso em ±25%. Desta forma, procure comparar as capacidades de movimentação sempre pelos parâmetros da mesma norma.

Algumas aplicações necessitam de capacidade de movimentação maior que outras, por isso a escolha irá depender do substrato e local da aplicação.

No caso de juntas de dilatação de piso, geralmente não há necessidade de uma capacidade de movimentação tão grande, pois este é um local que se movimenta menos. Neste caso, ±12,5% é o suficiente. Já em uma aplicação na junta de painéis pré-moldados, é necessário um pouco mais, em torno de ±35%. Mas é claro que tudo depende da especificação do projeto e pode variar de obra para obra.

Durabilidade

A durabilidade é determinada pela nobreza do selante, ou seja, pela quantidade de pré-polímeros presentes em sua formulação. E ela está diretamente ligada à resistência às intempéries, que no caso dos selantes se observa basicamente na resistência à raios UV. Para isso, faz-se uso de ensaios acelerados através de Câmara de raios U.V. (ultra-violeta), que são gerados através de lâmpadas especiais. Estes testes são regidos por normas internacionais – ASTM C1257 – e o resultado é medido em horas de exposição tanto aos raios UV-A, quanto UV-B.

  • Raios UV-A: são provenientes de lâmpadas que temos em nossas casas. Os testes com raios UV-A são feitos principalmente com materiais de áreas internas da edificação, como eletrodomésticos.
  • Raios UV-B: são oriundos da luz do sol. São avaliados em aplicações externas, como é o caso dos selantes.

Desta forma, toda vez que se deseja avaliar a resistência à intempérie de selantes é feito um ensaio em uma câmera de raios UV-B. É importante destacar ainda que os raios UV-B tendem a ser 3x mais agressivos que os raios UV-A, por isso se você tem um produto com uma grande resistência a raios UV-B, com certeza ele também irá apresentar uma grande resistência a raios UV-A.

Sendo assim, a durabilidade é um quesito interessante de ser avaliado. Pois, alguns locais necessitam de maior durabilidade que outros. Por exemplo, uma aplicação em uma junta interna, não necessita de tanta resistência à raios UV-B quanto uma aplicação em uma área externa, que ficará exposta ao tempo.

Quando falamos de fechamento de painéis pré-moldados, os aditivos Anti UV-B presentes na composição do SMP 325 Pré-Moldado, proporcionam um selante com elevada durabilidade ao tempo e aos agentes climáticos.

Como usar e aplicar?

De nada adianta escolher o selante ideal se o mesmo for aplicado de forma incorreta. Por isso preparamos um vídeo exclusivo mostrando o passo a passo de como aplicar o selante em uma junta de dilatação de piso, clique aqui e confira.

É importante ressaltar ainda que a aplicação deve ser feita de forma que o selante apresente aderência apenas às laterais da junta e não a seu fundo. Para que o posicionamento e a aplicação do selante sejam no local correto e de acordo com a espessura especificada, deve ser utilizado um delimitador de profundidade.

Durante a aplicação, devem ser respeitadas tanto a temperatura de trabalho quanto as condições ambientais apropriadas, assim como o tamanho de junta especificado em projeto. Se o selante for aplicado em vedações submersas, substratos muito porosos, muito lisos ou em diferentes materiais, deve-se utilizar um primer adequado.

O uso do selante errado pode gerar grande dor de cabeça e prejuízo, tanto para cliente, quanto para a construtora. Por isso, é tão importante conhecer os tipos e os usos apropriados dos selantes para pré-moldados e pré-fabricados, uma vez que estão presentes em praticamente todos os encaixes da estrutura.

Para obter todas as vantagens e segurança necessárias que um selante de qualidade oferece, entre em contato conosco e saiba como podemos ajudar você!